Filme “A Baleia” – Muito além da gordofobia. (Alerta - Contém Spoilers)
- Nivaldo dos Reis
- 3 de nov. de 2024
- 1 min de leitura

Em A Baleia, acompanhamos a história de Charlie, um professor de inglês de 270 quilos vivido por Brendam Fraser (vencedor do Oscar de melhor ator). Por conta do peso suas aulas online são ministradas com a câmera desligada. A falta de mobilidade deixa Charlie recluso, mas, ele conta com o auxílio de sua amiga e enfermeira Liz (Hong Chau).
No filme, Charlie tenta se recuperar de uma separação ocorrida há oito anos. O final de relação mal resolvido leva o protagonista a ter uma péssima relação com sua filha adolescente Ellie (Sadie Sink), que alega que o pai a abandonou para assumir uma relação com outro homem. A mãe de Ellie, Mary (Samantha Morton), promove uma espécie de alienação parental da filha para com o pai.
Como se isso não bastasse, Charlie vive ainda, um trauma em relação ao final de relacionamento com seu namorado. É exatamente isso que o faz ganhar peso.
Ele convive, portanto, com o luto do divórcio mal resolvido, a culpa pelo abandono da filha, a ex-esposa chantagista emocional, a gordofobia, a falta de mobilidade que o excesso de peso provoca, o isolamento social, a baixa autoestima, a compulsão alimentar e o risco de morte iminente. São todas questões extremamente atuais e presentes em nossa sociedade.
O Diretor Darren Aronofsky (O Cisne Negro) cria um universo em que você fica preso a casa de Charlie, uma verdadeira clausura. Num ambiente escuro e sem muita ação a trama te prende por duas horas na jornada de autodestruição e possível redenção de Charlie.
Prepare o lenço. Você vai se emocionar.
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